Dor

Cefaleia em salvas: quais os sintomas, causas e tratamento

Existem mais de 300 tipos de dores de cabeça e a cefaleia em salvas é a dor mais intensa e incapacitante de todas

Foto: Divulgação - Rafael Sodré da Silva, médico Neurocirurgião

Por Joana Bendjouya


Uma dor intensa de um lado da cabeça, localizada na têmpora ou em volta do olho, com uma duração média de 30 minutos até uma hora. Acompanhada por congestão nasal ou coriza e, por vezes, pode apresentar uma pálpebra caída, lacrimejamento e a face avermelhada.

Esta é a descrição dos pacientes que se encontram em crise de cefaleia em salvas. O neurocirurgião Rafael Sodré da Silva explica que as causas ainda não são completamente compreendidas, tendo outros tipos mais recorrentes, porém a intensidade e a forma como ela se apresenta acabam sendo muito impactante nos pacientes que apresentam. “Existem diversos tipos de dor de cabeça, sendo as mais frequentes a migrânea, conhecida como enxaqueca, e a cefaleia tensional. A cefaleia em salvas é uma causa mais rara de dor ocorrendo em cerca de uma a cada mil pessoas. Embora incomum, este quadro pode ser muito incapacitante”, destaca.

Na maioria dos pacientes, o estresse e o cansaço estão relacionados com o aparecimento das crises, mas não existe comprovação científica desta hipótese. Comumente, esse tipo de enxaqueca começa a se manifestar entre os 20 e os 40 anos.

Acredita-se que as causas da cefaleia em salvas estejam relacionadas ao mau funcionamento do hipotálamo, que coordena a maior parte das funções endócrinas do organismo, e que pode estar relacionada ao ciclo circadiano, que regula o tempo de sono e vigília. Mas, apesar disso, sua cura ainda não foi encontrada e suas causas não são totalmente conhecidas.

Como é feito o tratamento
Para as crises, o neurologista explica que não tem cura. No entanto, o tratamento indicado tem como objetivo aliviar os sintomas e diminuir a frequência das crises, podendo ser necessário o uso de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios. Desta forma, o tratamento da cefaleia em salvas é dividido em duas formas, sendo uma delas com intuito de reverter as crises e o tratamento profilático que é recomendado para evitar crises. “Quando em crise, em geral os analgésicos comuns que usamos em outros casos de dor tem pouca resposta. A maioria dos pacientes respondem bem ao uso de Oxigênio à 100% inalado e ao uso de medicações chamadas tritanos, segundo o Protocolo Nacional para diagnóstico e manejo das cefaleias da Sociedade Brasileira de Cefaleia. Para pacientes com crises frequentes, a primeira escolha de tratamento profilático se dá com uso de bloqueadores de canais de cálcio, uma medicação comumente utilizada para hipertensão, podendo ser associado ou não ao uso de corticoides para melhor controle da dor”, orienta o neurologista.


Sintomas
O quadro da crise é bastante desconfortável, podendo muitas vezes o paciente apresentar episódios de dor de cabeça intensa duas a três vezes por dia por cerca de 15 a 20 dias. Além disso, é comum que pelo menos um desses episódios aconteça durante a madrugada, normalmente uma a duas horas depois de adormecer.
Diagnóstico

O médico explica que pode fazer o diagnóstico da cefaleia em salvas por meio da observação dos sintomas apresentados, além de também ser recomendada a realização de ressonância magnética para verificar se há alguma alteração cerebral. No entanto, o diagnóstico é demorado e deve ser feito pelo neurologista, após meses ou anos e, por isso, é comum que nem todos os pacientes sejam diagnosticados na sua primeira crise. “Acho importante frisar que cefaleia é um sintoma frequente nos atendimentos médicos e que tem uma prevalência elevada durante a vida. Existem várias causas e o adequado diagnóstico e tratamento pode melhorar muito a qualidade de vida das pessoas. O uso indiscriminado de analgésicos e automedicação pode levar a um quadro de cefaleia por uso excessivo de remédios, em que as medicações não usadas corretamente acabam agravando o quadro de dor”, explica o neurologista.

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